10 de abr. de 2011

Barblines

As Barblines foram uma parte muito especial da exposição Aluno faz Foto. Se a Anelise me permite vou contar um pouquinho dessa história, da forma como sei. Depois, ela escreve um Comentário e retifica, se for necessário.
Ano de 2009.
Complemento de Fotografia na Escola Elyseu Paglioli.
Professora Anelise.
Muitos alunos da própria escola; outros alunos da Comunidade, que é a forma como se desenvolvem os complementos curriculares na escola.
Aline faz parte dessa Turma.
Anelise propõe: na próxima aula tragam de casa alguma coisas da qual vocês gostem muito para ser fotografado por vocês aqui na escola.
Aline trouxe sua coleção de barbies.
As fotos ficaram lindas: com vida e personalidade.
Encantou a todos que as viram e emocionou a professora que prometeu a sua aluna talentosa que um dia colocaria suas fotos em uma exposição.
Esse dia até que não demorou. Em 2011, foi organizada uma grande exposição de fotos de alunos, captaneada, é claro, pela professora Anelise e um bando de outras professoras malucas que fizeram acontecer.
E as Barbies estavam lá: sobre um móvel lindo, em porta retratos, e com suas modelos em vestidos novos.

foto da Paula
Ao saber que uma das escolas participantes do Grupo tem dois alunos cegos e ao lembrar da dificuldade que tivemos o ano passado para explicar para o Bruno, meu aluno cego, o que é uma fotografia, Anelise começou a pensar de que forma tornar acessível ao menos uma parte da Mostra.
Foi aí que surgiu a idéia de colocar junto à foto o próprio objeto fotografado, no caso, as próprias barbies. Também foram colocados pequenos pedaços de pedra, madeira, plástico, etc, indicando o material soobre o qual elas estavam posicionadas para serem fotogradas. Além disso, colocou-se também etiquetas em braile.

Olha a alegria da Aline ao ver seu trabalho exposto!
Aline encantou-se ao ver o trabalho. Suas fotos, as barbies, os pedaços de materiais, as etiquetas.
- Para que serve isso?, ela perguntou.
- Foi explicado para ela que foi a forma encontrada para permitir que pessoas cegas possam compartilhar da alegria de "ver" o seu trabalho. Aline só não conseguiu entender "os papéis com furinhos".
- É escrita braile, um outro código de escrita, que é usado por pessoas que não enxergam.
Tivemos a sorte de contar com a presença do Adilso, Coordenador da Educação Especial da SMED, na exposição. Ele foi chamado para ler as etiquetas para Aline e parece que foi uma experiência muito interessante para os dois.
Quem assistiu percebeu toda a corrente de empatia que havia entre os dois. Um encontro carregado de sentimentos! Se não fosse por mais nada, só por isso valeu a exposição!



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