6 de mai. de 2012


Técnica fotográfica de Pinholeabre portas
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
06/05/2012 | 14h43 | Cidadania






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Crianças carentes enxergam um novo futuro através da fotografia. imagens:Alice Souza/DP/D.A Press


Da janela de casa, Maria Eduarda Monteiro, 12 anos, pode ver dois mundos. De um lado, uma comunidade degradada, violência e condições mínimas de qualidade de vida. Do outro, a beleza embutida entre os becos, a passarela e o rio que divide os bairros do Coque e dos Coelhos. Durante a maior parte da semana, ela tem acesso ao primeiro cenário, mas quando chega a terça-feira, em uma pequena sala do Projeto Cria, na Rua da Aurora, ela aprende a condicionar o olhar e ver a beleza escondida no bairro onde mora. 
Duda é uma das 16 crianças, de 10 a 14 anos, participantes do projeto “Retratos que revelam”, criado por duas estudantes do curso de jornalismo, para ensinar técnicas de fotografia com objetos simples a crianças de comunidades carentes.
Há dois meses, Duda e os amigos foram imersos em um mundo bem diferente do que conheciam. Eles, que já participam de outras oficinas de arte e esportes no Cria, estão descobrindo quem foram os responsáveis por criar as técnicas fotográficas, aperfeiçoar os equipamentos e registrar as grandes cenas da história. Mas tudo isso de um jeito simples: deixando de lado a alta tecnologia e fazendo imagens através de pincéis, papelão, caixas de fósforo e latas de leite em pó, em uma técnica conhecida como pinhole. “Não imaginei que era possível fazer foto com uma latinha. Agora quero estudar para ser fotógrafa”, comenta a menina.
O projeto “Retratos que revelam” acontece durante duas horas da semana, até o próximo mês, mas a dinâmica aplicada em sala de aula, a experiência dos alunos e os sentimentos deles ao fotografarem estão sendo captados para um resultado sem prazo de término, um documentário. “Unimos nossa paixão pela fotografia, a necessidade de apresentar um projeto para finalização do curso superior e o desejo de transformar uma realidade”, explica a estudante Giselly Santos, 20, uma das responsáveis pelas aulas, assim como a estudante Maria Eugênia Nunes. “Sentimos uma receptividade, um entusiasmo com o trabalho”, ressalta.
Um dos alunos mais aplicados é Luiz Henrique Anjos, 11 anos, morador do Coque. Toda terça ele atravessa a passarela que divide os dois bairros em busca de aprender mais sobre fotografia. “ Sempre gostei de foto, mas não sabia que podia ser tão fácil fazer as imagens”.

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