27 de nov. de 2011
25 de nov. de 2011
24 de nov. de 2011
Manoel de Barros, O Vento; BH, 02401102011.
Queria transformar o vento.
Dar ao vento uma forma concreta e apta a foto.
Eu precisava pelo menos de enxergar uma parte física
Do vento: uma costela, o olho...
Mas a forma do vento me fugia que nem as formas
De uma voz.
Quando se disse que o vento empurrava a canoa
Do índio para o barranco
Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a
Canoa do índio para o barranco.
Mas essa imagem me pareceu imprecisa ainda.
Estava quase a desistir quando me lembrei do menino
Montado no cavalo do vento - que lera em
Shakespeare.
Imaginei as crinas soltas do vento a disparar pelos
Prados com o menino.
Fotografei aquele vento de crinas soltas.
Dar ao vento uma forma concreta e apta a foto.
Eu precisava pelo menos de enxergar uma parte física
Do vento: uma costela, o olho...
Mas a forma do vento me fugia que nem as formas
De uma voz.
Quando se disse que o vento empurrava a canoa
Do índio para o barranco
Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a
Canoa do índio para o barranco.
Mas essa imagem me pareceu imprecisa ainda.
Estava quase a desistir quando me lembrei do menino
Montado no cavalo do vento - que lera em
Shakespeare.
Imaginei as crinas soltas do vento a disparar pelos
Prados com o menino.
Fotografei aquele vento de crinas soltas.
O FOTÓGRAFO - Manoel de Barros
O FOTÓGRAFO
Manuel de Barros
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Por fim, eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski - seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria roupa mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.
texto extraído do livro:
"Ensaios fotográficos"
Manoel de Barros
Editora Record
Manuel de Barros
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Por fim, eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski - seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria roupa mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.
texto extraído do livro:
"Ensaios fotográficos"
Manoel de Barros
Editora Record
21 de nov. de 2011
virus
|
14 de nov. de 2011
FÍSICA E FOTOGRAFIA
Vale ler:
ÓPTICA E FOTOGRAFIA: UMA POSSIBILIDADE DE ARTICULAÇÃO
A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DE UM LABORATÓRIO DIDÁTICO
Silvana Duarte Bezerra¹, Marta de Souza Rodrigues²
http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xix/sys/resumos/T0445-1.pdf
ÓPTICA E FOTOGRAFIA: UMA POSSIBILIDADE DE ARTICULAÇÃO
A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DE UM LABORATÓRIO DIDÁTICO
Silvana Duarte Bezerra¹, Marta de Souza Rodrigues²
http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xix/sys/resumos/T0445-1.pdf
MANUAL PARA FAZER FOTOGRAFIA NA LATA
Ótimas dicas de como fazer a câmera escura, montar um laboratório,...
http://www.usp.br/cientec/atracoes/manual_de_fotografia_com_latas.pdf
Fotos dos alunos da Oficina de Fotografia da EMEEF Prof. Elyseu Paglioli com um modelo de "máquina-escura" - nome dado por eles para a câmera escura.
http://www.usp.br/cientec/atracoes/manual_de_fotografia_com_latas.pdf
Fotos dos alunos da Oficina de Fotografia da EMEEF Prof. Elyseu Paglioli com um modelo de "máquina-escura" - nome dado por eles para a câmera escura.
13 de nov. de 2011
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